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E-book Odontologia Digital, Sustentabilidade e Saúde Bucal Global: conexões para o Futuro

Autora:
Indira Carla Sampaio Costa

Área de conhecimento: Ciências da Saúde

Idioma:
Português

Ano: 2025 - 1ª Edição

Número de páginas:
 xxx páginas

Formato: Pdf

Tamanho do arquivo: xx MB


ISBN: 978-65-5321-038-7

DOI: 10.47538/AC-2025.55

Odontologia Digital, Sustentabilidade e Saúde Bucal Global

CONEXÕES PARA O FUTURO

     Este livro nasce do reconhecimento de que a odontologia do século XXI demanda uma visão integrada, capaz de articular ciência, clínica, educação, gestão e políticas públicas sob um mesmo horizonte analítico. Persistem dinâmicas de fragmentação entre especialidades, limitações na mensuração de resultados e descompassos entre inovação tecnológica, ética e equidade. 
     O percurso aqui proposto toma tais tensões como oportunidade para construir um diálogo consistente entre diretrizes internacionais, consensos técnicos, evidências sistemáticas e experiências normativas de cuidado centrado na pessoa, em consonância com marcos da Organização Mundial da Saúde voltados aos serviços integrados e centrados nas pessoas (WHO, 2016) e com a agenda global 2023–2030 para a saúde bucal (WHO, 2024).
     O leitor encontrará uma narrativa que não se restringe a compilar técnicas ou reproduzir protocolos. O fio condutor sustenta que a interdisciplinaridade, a centralidade do paciente e a sustentabilidade compõem um eixo estruturante para uma odontologia auditável, transparente e socialmente comprometida. Os capítulos dialogam com consensos e instrumentos de mensuração validados, sem perder de vista a necessária prudência diante dos limites do conhecimento disponível. Nesse sentido, o livro busca conciliar densidade conceitual e aplicabilidade, sempre com atenção à qualidade metodológica e à rastreabilidade das escolhas analíticas.
     A obra está organizada de modo a que cada capítulo funcione como porta de entrada para um conjunto coerente de debates. A integração entre especialidades aparece como estratégia para reduzir variabilidade clínica e incrementar previsibilidade de desfechos; abordagens interdisciplinares para a síndrome da apneia obstrutiva do sono demonstram a relevância de percursos terapêuticos que conectam fonoaudiologia, fisioterapia e nutrição; o cuidado centrado na pessoa é tratado como dimensão normativa e mensurável, apoiada em instrumentos psicométricos validados; os relatos de caso são recolocados em chave pedagógica e científica sob diretrizes específicas; por fim, as inovações digitais, a inteligência artificial e a sustentabilidade são situadas em diálogo direto com a agenda internacional de saúde, evidenciando riscos, potencialidades e requisitos éticos (Schwendicke; Samek; Krois, 2020; WHO, 2022; FDI, 2022).
     Em decorrência dessa arquitetura, a leitura permite que a odontologia seja compreendida como prática técnica e, simultaneamente, prática social. De um lado, incorporam-se fluxos digitais, interoperabilidade e algoritmos; de outro, reforçam-se ética relacional, decisão compartilhada e indicadores de equidade. Em síntese, a obra argumenta que qualidade assistencial e justiça social são dimensões correlatas, e que a linguagem comum entre especialidades exige instrumentos de medida, governança e comunicação científica padronizada.
     Metodologia da obra
     A elaboração deste livro adotou uma metodologia editorial-científica com quatro camadas complementares.
     Primeiro, realizou-se busca dirigida de referenciais normativos e consensos produzidos por sociedades científicas e organismos internacionais, priorizando orientações que consolidam padrões de prática e marcos de políticas: quadro da OMS para serviços integrados e centrados nas pessoas (WHO, 2016), relatório global sobre o estado da saúde bucal (WHO, 2022) e estratégia-ação 2023–2030 (WHO, 2024); consenso da FDI sobre sustentabilidade em saúde bucal (FDI, 2022). Essa camada estabelece a moldura institucional que informa recomendações clínicas, educacionais e gerenciais.
     Segundo, foram selecionadas revisões sistemáticas, estudos de síntese e consensos clínicos pertinentes a eixos específicos do livro. No campo da inteligência artificial, privilegiou-se a síntese narrativa de Schwendicke, Samek e Krois (2020), que discute aplicações, limitações e cenários de validação; no terreno dos resultados centrados no paciente, adotou-se a metodologia COSMIN para avaliação de instrumentos de medida, com ênfase em validade de conteúdo e propriedades psicométricas (Terwee et al., 2018; Mokkink et al., 2018). Essa seleção buscou uniformizar critérios de qualidade e reduzir vieses de interpretação.
     Terceiro, definiu-se um conjunto de instrumentos de mensuração alinhado à literatura internacional e ao escopo do livro, com dupla finalidade: a) orientar a análise conceitual dos capítulos e b) oferecer repertório prático para uso clínico e pedagógico. Foram empregados o OHIP-14 para impacto da saúde bucal na qualidade de vida (Slade, 1997), o GOHAI para avaliação em populações idosas (Atchison; Dolan, 1990) e o SDM-Q-9 para mensurar decisão compartilhada (Doherr et al., 2017). A escolha foi guiada por disponibilidade de evidência psicométrica e aderência ao paradigma do cuidado centrado na pessoa. Nas discussões sobre relatos clínicos e sínteses pedagógicas, adotaram-se as CARE guidelines como padrão de completude, transparência e ética de publicação (Gagnier et al., 2014; Riley et al., 2017).
     Quarto, os capítulos foram redigidos com protocolo interno de consistência: identificação de objetivo e tese local; seleção de autores e documentos com citação autor-data; discriminação explícita de lacunas e limitações; proposição de implicações práticas e de pesquisa; e emprego de linguagem técnica impessoal, com coerência terminológica entre seções. Nos trechos sobre sustentabilidade e governança, o alinhamento com a FDI (2022) foi utilizado para organizar variáveis operacionais (consumo, resíduos, ciclo de vida), sempre articuladas a decisões clínicas e educacionais. A relação com a agenda OMS 2023–2030 integrou metas e indicadores como horizonte de referência, evitando extrapolações.
     A opção por métricas centradas na pessoa veio acompanhada do compromisso de reportar propriedades de medida seguindo COSMIN, sobretudo em termos de validade de conteúdo, confiabilidade e responsividade, a fim de sustentar o uso responsável de PROs e PREMs (Terwee et al., 2018). No plano da comunicação científica, as CARE guidelines foram o eixo para estruturar relatos de caso e exemplos didáticos, conferindo rastreabilidade, clareza descritiva e registro da perspectiva do paciente (Gagnier et al., 2014; Riley et al., 2017). 
     Em tecnologia digital, manteve-se enfoque prudente: potencial de ganhos em acurácia e eficiência foi considerado simultaneamente a requisitos de transparência, mitigação de viés e validação externa, conforme a literatura consolidada em odontologia digital e IA (Schwendicke; Samek; Krois, 2020) e diretrizes éticas setoriais.
     Essa combinação de marco institucional, síntese crítica, instrumentos validados e protocolos editoriais pretendeu garantir que a obra ofereça rigor e utilidade. A perspectiva ampla — que inclui integração de especialidades, terapias interdisciplinares, cuidado centrado na pessoa, relatos clínicos padronizados, IA e sustentabilidade — foi organizada para que profissionais, docentes, gestores e formuladores de políticas identifiquem rotas viáveis de implementação. O resultado é um texto que convida a práticas documentadas, auditáveis e socialmente referenciadas, em coerência com a agenda internacional que reposiciona a saúde bucal como componente indissociável da saúde geral (WHO, 2022; WHO, 2024).
     Circulando entre clínica e políticas, entre evidência e formação, este livro pretende fortalecer pontes: entre serviços e pacientes, entre pesquisa e ensino, entre inovação e responsabilidade. O leitor encontrará aqui uma proposta de leitura que se inicia nas especialidades, percorre terapias e instrumentos de medida, revisita a narrativa clínica sob parâmetros de transparência e conclui no encontro com tecnologia e sustentabilidade. O itinerário não encerra debates; prepara uma comunidade de prática para conduzi-los em cenários desafiadores, com base em métricas confiáveis e princípios compartilhados.

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