top of page
Capa EBOOK=  Portas Abertas A Escola como Espaço de Inclusão (1).png

E-book Portas abertas: a escola como espaço de inclusão


Organizadores:

Caroline Rodrigues de Freitas Fernandes

Luciano Luan Gomes Paiva

Dayana Lúcia Rodrigues de Freitas

Janiara de Lima Medeiros


Área de conhecimento: Ciências Humanas

Idioma: Português

Ano: 2025 - 1ª Edição

Número de páginas: 143 páginas

Formato: Pdf

Tamanho do arquivo: 1,78 MB


ISBN: 978-65-5321-048-6

DOI: 10.47538/AC-2025.27

PORTAS ABERTAS

A escola como espaço de inclusão

     A escola, como instituição social, não pode ser compreendida apenas como espaço de transmissão de saberes sistematizados. Trata-se de um locus privilegiado de socialização, de construção de identidades e de disputa de projetos societários. Nesse sentido, o título desta obra, Portas Abertas: A Escola como Espaço de Inclusão, evoca a necessidade de concebermos a educação como prática que rompe barreiras, valoriza a diversidade e reconhece a dignidade de cada sujeito.
     Ao refletir sobre a escola como espaço de formação, Antonio Gramsci ressalta que todo ser humano é um intelectual em potência, e que a função da educação é justamente possibilitar a passagem da consciência comum para uma consciência crítica, capaz de intervir na realidade. A escola, portanto, é um terreno de disputa hegemônica, onde se decide se prevalecerá a reprodução das desigualdades ou a construção de caminhos de emancipação.
     Giovanni Semeraro, em diálogo com a tradição gramsciana, lembra-nos que a escola democrática e inclusiva não se restringe a adaptar-se tecnicamente às diferenças, mas assume o compromisso ético-político de reconhecer as diversidades como constitutivas da vida social. A inclusão, nessa perspectiva, não é mera política compensatória, mas projeto de transformação social, no qual a educação é mediadora de práticas de equidade, solidariedade e justiça.
     A obra estrutura-se em capítulos que se articulam em torno da concepção da escola como espaço de inclusão e transformação social. Aborda, inicialmente, a problematização da relação entre diversidade cultural e currículo, destacando a necessidade de práticas pedagógicas que reconheçam os múltiplos saberes e narrativas como condição para a democratização do saber. Em seguida, analisa a escola como espaço de efetivação de direitos, evidenciando sua função na promoção da cidadania e no enfrentamento das desigualdades históricas que comprometem a equidade social. Avança, ainda, na apresentação de experiências e metodologias que favorecem a participação efetiva de todos os estudantes, enfatizando estratégias que, para além da integração formal, buscam promover justiça educacional e social. Por fim, discute as possibilidades de integração entre diferentes áreas do conhecimento e o uso de tecnologias educacionais, ampliando a capacidade da escola de responder criticamente às demandas contemporâneas e reafirmando seu papel como espaço de luta contra exclusões e de fortalecimento da democracia.
     A presente obra, ao articular reflexões teóricas e práticas pedagógicas, reafirma a escola como espaço de luta contra exclusões e de construção de possibilidades emancipatórias. Como nos advertem Gramsci e Semeraro, a educação é sempre um campo de disputas, mas também uma dimensão essencial para a constituição de uma sociedade mais justa e solidária.
     Que estas páginas inspirem educadores, estudantes e pesquisadores a reconhecerem a educação como território de disputa cultural e, sobretudo, como espaço de resistência e de emancipação. Que o compromisso com a inclusão se traduza em práticas que ampliem a equidade social e fortaleçam a democratização do saber, fortalecimento de práticas educativas que mantenham as “portas abertas” não apenas fisicamente, mas sobretudo em termos epistemológicos, culturais e políticos.

Janiara de Lima Medeiros

bottom of page