A presente coletânea reúne capítulos decorrentes de estudos, reflexões e relatos de experiências desenvolvidas no contexto da biblioteca escolar, espaço reconhecido como elemento essencial ao processo educativo e à formação integral de leitores. Os textos que a compõem têm como ponto de partida práticas sistemáticas de mediação de leitura, ações de incentivo à literatura e registros de experiências pedagógicas que contemplam tanto a atuação de profissionais da educação quanto a participação ativa dos estudantes.

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O reconhecimento legal da biblioteca escolar como “equipamento cultural obrigatório e necessário ao desenvolvimento do processo educativo”, conforme estabelecido na Lei nº 14.837, de 8 de abril de 2024, reforça a relevância institucional dessa instância. Tal legislação não apenas regulamenta o funcionamento das bibliotecas escolares, mas também explicita objetivos fundamentais, como a democratização do acesso à informação, o desenvolvimento de habilidades e competências de leitura e escrita, a disponibilização de recursos educativos diversificados e a promoção de ambientes propícios à socialização e à interação. Nesse contexto, a biblioteca escolar ultrapassa sua função tradicional de espaço de guarda de acervos, configurando-se como locus estratégico de aprendizagem, experimentação pedagógica e construção coletiva de saberes.

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Os capítulos que integram esta obra articulam fundamentação teórica e práticas pedagógicas, dialogando com referenciais que discutem a mediação de leitura, o letramento literário e as práticas culturais no ambiente escolar.

 

O primeiro capítulo, Leitura Decolonial na Infância: “Com Qual Penteado Eu Vou?” e a Construção de Identidades, analisa a mediação de uma obra de autoria afro-brasileira, com vistas a aproximar as crianças da literatura produzida por autoras e autores negros, favorecendo uma educação antirracista a partir da linguagem estética e da reflexão sobre identidade.

 

O segundo capítulo, Leitura e Letramento Crítico: Explorando a Temática da Cor de Pele com “A Cor de Coraline”, apresenta uma proposta de mediação que problematiza a expressão “cor de pele” e fomenta discussões sobre representações sociais e diversidade, ressaltando a leitura crítica e reflexiva como ferramenta para a promoção da igualdade e do respeito às diferenças.

 

O terceiro capítulo, Fichas de Leitura e a Formação de Leitores: Uma Análise Crítica, examina o uso das fichas de leitura como recurso pós-leitura, analisando suas potencialidades e limitações, bem como seu papel no processo de formação de leitores críticos, reflexivos e socialmente engajados.

 

Por fim, o quarto capítulo, Biblioteca Escolar Como Espaço Crítico: Articulação Entre Biblioteconomia e Linguística, realiza uma análise das três experiências anteriormente descritas, discutindo de que maneira tais práticas de mediação contribuem para consolidar a biblioteca escolar como um espaço formador, socialmente implicado e promotor de uma leitura crítica e significativa.

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Em síntese, os relatos e estudos reunidos nesta coletânea evidenciam a potência de metodologias que estimulam o engajamento dos estudantes, favorecem a apropriação crítica dos textos literários e possibilitam experiências de leitura transformadoras. Trata-se, portanto, de um convite à reflexão sobre o papel da biblioteca escolar como espaço de mediação literária, de formação integral e de engajamento cultural, reafirmando a necessidade de práticas educativas que reconheçam os leitores como sujeitos ativos na construção de sentidos e na apropriação crítica do conhecimento.

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Marissol F. B. Cavalcanti