Queridos leitores,

 

     O convite para contribuir com a organização de uma obra poética me despertou grande emoção. Rapidamente selecionei algumas poesias engavetadas que gostaria de publicizar. Convidei alunos, amigos e participantes de nossos saraus e, com grande satisfação, as inspirações foram chegando por meio do endereço eletrônico. Identificar a vida poética em autores de diferentes regiões e faixa etárias deixou-me inquieta e ainda mais empolgada. Neste processo, estava fixo em minha mente a eterna fala de Frida Kahlo quando disse que “rir nos torna invencíveis. Não como quem sempre vence, mas como quem não desiste”. Foi desta forma que me encontrei ao concretizar um sonho na participação e organização desta obra.

     Em seguida, a surpresa para prefaciar esta obra deixou-me encantada. Suscitou-me alegria e um pouco de desalento. O misto de sentimentos deu-se por entender a responsabilidade de expressões dos variados sentimentos que se manifestam em versos e em poesias.

     Pensei que, um poeta eloquente e com maior experiência, seria o melhor candidato a este desafio. Não disponho de títulos, não sou conhecida enquanto poetisa, sou uma simples escritora de fragmentos que me constitui enquanto ser humano sensível a diversos acontecimentos pessoais, do outro ou da vida em sociedade. Estes extratos não são necessariamente frutos de deleite, mas de tão complexas sensações que mudam, se ajustam, retornam, me definem ou fundamentam meus enigmas que em mesma busco interpretar.

     Aceitei o desafio deste prefácio ao entender que sou escritora, sensível, humana e apaixonada pela expressão dos atos de amor e das suas contradições, permitindo-me duelar entre entre a luz e o dia, início e fim, entre outras oposições que me oferecem enxergar a estética do viver.

     Desejo que as inspirações convertidas em versos e poesias apresentadas nesta obra pioneira nos provoquem tão variadas reações, motivem a leitura, a reflexão e produções artísticas como expressão dos sentimentos favoráveis e antagônicos inter e entre si, envolvendo-nos no mesmo vento em que, como bem traduzido por Luiz Fernando Veríssimo “Os tristes acham que o vento geme, os alegres acham que ele canta”, em razão nossos diferentes estilos e subjetividades.

 

Janiara de Lima Medeiros