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E-book Pensamento Clássico e Educação no Século XXI: diálogos necessários

Organização:
Maurício Aires Vieira
Denise Nascimento Silveira
Carlos Daniel Chaves Paiva
Arthur Silva Araújo
Ícaro Jael Mendonça Moura
Daiane Fabricio dos Santos
Francilino Paulo de Sousa
Angela Marcia Costa Pereira
Arthur Monteiro da Silva
Virgínia da Paz Assunção
Luiz de Sousa Lima Júnior

Área de conhecimento: Ciências Humanas

Idioma:
Português

Ano: 2025 - 1ª Edição

Número de páginas:
 152 páginas

Formato: Pdf

Tamanho do arquivo: 2,14 MB


ISBN: 978-65-5321-031-8

DOI: 10.47538/AC-2025.43

Pensamento Clássico e Educação no Século XXI

DIÁLOGOS NECESSÁRIOS 

     Este e-book reúne reflexões sobre pensadores que contribuíram com ideias fundamentais para a educação escolar. O foco está na articulação entre suas obras e as condições que marcam a organização do ensino nos dias de hoje. A escolha por autores clássicos não busca reconstruir uma pedagogia do passado, mas provocar perguntas sobre como a escola opera, quem ela atende, o que ensina e por quê.
     Ao reunir nomes como Jean Piaget, Paulo Freire, Emilia Ferreiro, Anísio Teixeira, Dermeval Saviani, Pierre Bourdieu e John Dewey, a proposta é criar conexões entre diferentes modos de pensar a infância, a aprendizagem, o conhecimento, a docência e as estruturas que atravessam o ambiente escolar. A leitura de cada autor oferece caminhos distintos para interpretar situações comuns do cotidiano da sala de aula, dos currículos e das políticas públicas.
     Esses autores foram lidos, citados e aplicados em diferentes contextos históricos. Suas obras ainda circulam entre professores, pesquisadores e estudantes de licenciatura, embora muitas vezes sem conexão com as exigências vividas hoje pelas escolas. Por isso, é preciso estabelecer relações diretas entre essas teorias e os modos como a educação tem sido organizada por governos, plataformas, empresas e redes de ensino atualmente.
     O texto parte da escola como um campo de disputas. Nela se cruzam agendas institucionais, saberes familiares, valores sociais, metas oficiais, necessidades comunitárias e experiências pessoais. A leitura dos clássicos contribui para abrir espaço a interpretações mais densas e articuladas, que não se baseiem em fórmulas prontas ou padrões importados.
     Inicialmente, Piaget é apresentado em diálogo com práticas de aprendizagem ativa. Seu entendimento sobre o desenvolvimento cognitivo ajuda a refletir sobre como as escolas organizam situações de ensino baseadas na experimentação, na investigação e no erro como parte do processo formativo. Essa abordagem se alinha a propostas didáticas que defendem o envolvimento direto dos estudantes com os conteúdos.
     O capítulo sobre Paulo Freire convida à reflexão sobre o lugar da escuta, da leitura do mundo e da ação pedagógica diante da desigualdade social. Sua pedagogia assume o diálogo como prática de formação, reconhecendo os sujeitos como produtores de saber. O educador propõe uma escola construída com base nas experiências concretas dos estudantes, sem submeter-se à lógica da performance e da competição.
     Emilia Ferreiro, por sua vez, oferece contribuições fundamentais para compreender o processo de aquisição da escrita pelas crianças. Sua teoria da psicogênese permite repensar práticas pedagógicas alfabetizadoras, ao considerar os conhecimentos prévios das crianças e os diferentes níveis de compreensão da linguagem escrita.
     A obra de Anísio Teixeira aparece no livro como referência central para a concepção de uma escola pública democrática, laica, universal e comprometida com a formação integral dos estudantes. Suas ideias dialogam com os princípios de justiça social, liberdade e igualdade de oportunidades.
     Dermeval Saviani está presente nas reflexões sobre a função social da escola e a centralidade da pedagogia na formação humana. Sua pedagogia histórico-crítica articula teoria e prática em uma perspectiva de transformação social, com base na crítica às desigualdades estruturais que atravessam a educação brasileira.
     Pierre Bourdieu contribui com uma análise da escola como instituição que legitima desigualdades. Seus conceitos mostram como a cultura escolar valoriza determinadas formas de saber e comportamento em detrimento de outras. Ao evidenciar a relação entre herança social e sucesso escolar, a leitura de sua obra permite questionar discursos meritocráticos e ações educativas que ignoram os vínculos entre classe, raça e trajetória escolar.
     John Dewey, no capítulo final, nos convida a repensar a educação como experiência democrática contínua. Sua visão de “aprender fazendo” ganha novas dimensões em uma sociedade digital, onde a interação e a resolução colaborativa de problemas se tornam essenciais. Dewey nos desafia a construir escolas que sejam laboratórios de democracia, integrando conhecimento formal com vida comunitária e preparando os estudantes para uma cidadania ativa e reflexiva.
     Ao revisitar os clássicos da educação, não se busca um retorno ao passado, mas sim lançar novos olhares sobre questões persistentes que atravessam o presente. Pensar com os clássicos é, sobretudo, reafirmar o compromisso com uma formação crítica, emancipadora e sensível às múltiplas vozes que compõem o cenário educacional.

 

Boa leitura!

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